1.6.10

Subindo na vida (de elevador até o quinto andar)

Eu já tinha tido alguma experiência com condomínios e política de moradores em prédios de apartamentos, mas morar numa torre (como gostam de dizer os nouveau riche paulistanos) me colocou em algumas situações engraçadas pra não dizer estranhas ou constrangedoras.
Como há de se convir, morando numa torre há que se subir e descer alguns andares. No meu caso cinco.
Bom, essas indas e vindas geralmente são bem tranquilas e solitárias. Vigiadas por uma câmera pelo síndico doidão. Na real eu me sinto meio desconfortável... Vai que quero arrumar o sutiã ou tirar a calcinha do lugar que está incomodando e tá o tarado do assistente do porteiro olhando? Há de se convir que é um pouco tenso e meio à la vigiar e punir.
Mas fora isso, tem o lance dos encontros no elevador com moradores desse prédio que é muito "familiar" por ser antigo e ter em quase sua maioria proprietários e não locatários (como esta que vos escreve).
Nunca sei como as pessoas vão se comportar e eu obviamente tento ser educada e simpática. Digo um "bom dia-tarde-ou-noite" e tá... fico na minha. As vezes calha de estar uma pessoa mais simpática que eu (observem que eu não estou me achando A simpática, é só modo de falar) e começa a perguntar coisas do tipo: "Ah será que hoje vai melhorar o tempo?" ou ainda "Será que chove?".
Algumas vezes entram uns tipos meio diferentes. Hoje de manhã mesmo um tipo bombadinhobarratatuado me deixou meio constrangida diante de seu mau humor aparente e seu narcisismo ao se arrumar no espelho tentando disfarçar a sem-gracisse. Outro dia já me apareceu um carinha que gostei mais... meio skatista, sei lá, não sei explicar, mas esse sim me pareceu mais interessante... hehe
Bom, de todas essas experiências, a melhor foi uma senhorinha que me contou de uma igreja que tem missas em grego (que avisei minha mãe que se liga nessas coisas e tá estudando grego) e que foi muito simpática. Já a mais estranha foi a de um cara meio que me interrogando "O que faz?" "Vai pegar o metrô agora? " "Você é moradora ou inquilina?" Tudo com um sorriso no rosto, mas de uma forma meio bisbilhoteira. Ele deve ser amigo do síndico ( se não for o próprio que ainda não tive o des-prazer de conhecer)
Mas enfim, vou seguindo subindo e descendo, encontrando e desencontrando pessoas, me arrumando no espelho do elevador, dando a última arrumadinha no cabelo bagunçado e nos olhos inchados de dormir e saindo a luta nessa cidade que tô aprendendo a gostar muito!

Bjs
Mari

26.5.10

I was staring at the sky, just looking for a star
To pray on, or wish on, or something like that
I was having a sweet fix of a daydream of a boy
Whose reality I knew, was a hopeless to be had
But then the dove of hope began it's downward slope
And I believed for a moment that my chances
Were approaching to be grabbed
But as it came down near, so did a weary tear
-I thought it was a bird, but it was just a paper bag
Hunger hurts, and I want him so bad, oh it kills
'cause I know I'm a mess he don't wanna clean up
I got to fold 'cause these hands are too shaky to hold 
 Hunger hurts, but starving works, when it costs too much to love
 And I went crazy again today, looking for a strand to climb
Looking for a little hope
Baby said he couldn't stay, wouldn't put his lips to mine,
And a fail to kiss is a fail to cope
I said, "Honey, I don't feel so good, don't feel justified
Come on put a little love here in my void,' - he said
"It's all in your head,' and I said, "So's everything' -
But he didn't get it - I thought he was a man
But he was just a little boy .

Aprendendo a tocar e simplesmente viciada! Cantarolando o dia todo lembrando dos acordes. =)

19.5.10

A mulher e sua sombra. Maria Martins (1894-1973).Bronze e madeira. Palácio do Itamaraty. Brasília.

No catálogo de exposição da artista em Nova Iorque, o poeta surrealista André Breton escreveu:
“O importante é que a démarche de Maria a trouxe do macrocosmo ao microcosmo, em vez de fazê-la percorrer o caminho inverso. É, nunca se repetirá o suficiente, o universo que deve ser interrogado em primeiro lugar e a partir do homem e não o homem a partir do universo. O que prenuncia os grandes acordes acrobáticos de Maria, o tour de force dessa maleabilidade total no rígido, não é a ‘cera perdida’, são as seivas’”.

14.5.10

fast as you can ( and you will)

I let the beast in too soon, I don't know how to live
Without my hand on his throat; I fight him always and still
Oh darling, it's so sweet, you think you know how crazy
How crazy I am
You say you don't spook easy, you won't go, but I know
And I pray that you will
Fast as you can, baby runfree yourself of me
Fast as you can
I may be soft in your palm but I'll soon grow
Hungry for a fight, and I will not let you win
My pretty mouth will frame the phrases that will
Disprove your faith in man
So if you catch me trying to find my way into your
Heart from under your skin
Fast as you can, baby scratch me out, free yourself
Fast as you can
Fast as you can, baby scratch me out, free yourself
Fast as you can
Sometimes my mind don't shake and shift
But most of the time, it does
And I get to the place where I'm begging for a lift
Or I'll drown in the wonders and the was
And I'll be your girl, if you say it's a gift
And you give me some more of your drugs
Yeah, I'll be your pet, if you just tell me it's a gift
'Cause I'm tired of whys, choking on whys,
Just need a little because, because
I let the beast in and then;
I even tried forgiving him, but it's too soon
So I'll fight again, again, again, again, again.
And for a little while more, I'll soar the
Uneven wind, complain and blame
The sterile land
But if you're getting any bright ideas, quiet dear
I'm blooming within
Fast as you can, baby wait watch me, I'll be out
Fast as I can, maybe late but at least about
Fast as you can leave me, let this thing
Run its route
Fast as you can


*never a lyric suited me so well
me

21.4.10

Cleaning up the room (life)

2009 foi um ano muito intenso. Muitas mudanças, coisas novas boas e ruins, retomada de ideiais e criação de novos. Novas perspectivas a partir de muito estudo e reflexão. Períodos de total prazer e grande cansaço e tristezas.
Deixei Campinas não apenas abandonando uma grande ( se a melhor ) amiga que tenho. A deixei com a maior felicidade que se pode ter, pois sei que a vida dela está indo muito bem e eu realmente desejo tudo isso pra ela (e mais).
Fazer minha 10ª mudança (essa útima, voltando pra Ribeirão depois de mudanças de república em Campinas, dois países, estado civil e tudo o mais) acabou sobrecarregando meu pobre armário que ficava na casa dos meus pais. Tantas roupas e sapatos que não usava há mais de cinco anos me causaram umas duas semanas de arrumação de tudo - ou quase tudo.
Mas então, toda essa intro foi pra dizer que ao começar a mexer novamente (!) nas minhas coisas pra separar o que levarei pra São Paulo acabei trombando com fragmentos completamente anacronizados... Uma mistura de cada período e das fases da minha vida.
Uma das coisas que encontrei  foi um mural que comecei a fazer e que não chegou a ser finalizado. Poucas pessoas o viram pois ficava no meu quartinho microscópico de Campinas. A idéia era escrever tudo que me interessava e inspirava de algum modo e como se pudesse sair escrevendo pelas paredes, então colei vários pedaços de um material branco e maleável na parede pra que pudesse deixar o negócio fluir. Metade dele foi completo nesse ano passado.
Acontece que na mudança algumas partes foram rasgadas (propositalmente ou não - não sei bem ainda) mas fiz questão de guardar três pedaços com frases que significam muito pra mim. Agora, já que me mudarei de novo, resolvi transcrevê-las quase como uma imortalização desse período, mesmo pra não perdê-las. Um backup virtual de meus devaneios literários que não foram poucos.
Termino assim meu post... to whom it may concern. Pode servir pra mais alguém também.

  A finalidade da vida não é a manutenção da felicidade e do bem estar, e sim uma certa intensificação, um certo refinamento da consciência, uma ampliação do saber. (HUXLEY Aldous, Admirável Mundo Novo p.215)
  
  Estamos todos muito próximos do desespero. A proteção que nos faz flutuar sobre as ondas de desespero compõe-se de esperança, fé no valor inexplicável e no desfecho certeiro do esforço e profunda e subconsciente satisfação que advém do exercício de nosso potencial. (W.H. Oliver Jr. in: JACOBS  Jane. Morte e vida das grandes cidades)

  You are wrong if you think that the joy of life comes principally from the joy of human relationships. God´s placed all around us. It is everything we can experience. People just need to change the way they look at things.  (from the motion picture Into the wild , 2007)

Bjs
Mariana

16.4.10

A cidade

Esse foi um dos dias mais estranhos do ano. A data tem muito a ver com isso. Mas será que os hormônios, os pepinos no trabalho, as pequenas desmotivações e as ansiedades marcaram um encontro no dia 16/04?
Eu já sabia que algo aconteceria hoje e acordei preparada pro melhor e pro pior. Algumas coisas ruins complicaram meu dia mas até que a noite acabou com um final feliz.
Por alguma razão essa data será sempre especial, e como não podia deixar de ser, hj é o dia em que encontrei uma casa MUITO legal em São Paulo. Posso dizer que é quase um fetiche realizado morar ao lado da Paulista.
Espero que essa nova fase a la Carrie Bradshaw traga muitas coisas boas!

Bjs paulistanos

Mari

3.4.10

Lighter and lighter

Vivemos em uma sociedade de banalização generalizada. Acredito que esse já nem seja um fenômeno isolado mas que tenha abrangido as relações de trabalho e relacionamentos em geral, infelizmente.
A palavra vem perdendo cada vez mais seu significado e importância seja ela falada ou escrita. Um compromisso deixa de ser um compromisso, uma certeza gera várias dúvidas.
Às vezes até mesmo as demonstrações de afeto e carinho me parecem um pouco gratuitas e com baixo teor de sinceridade.O que vem acontecendo?
Pode ser uma tendência mundial, e acredito que seja mesmo, mas por mais que eu mesma possa fazer parte de toda essa banalização (coisa que evito e luto contra frenquentemente), não consigo deixar de me sentir um pouco triste com relação a isso.
(Aqui entra a famosa dualidade desse pessoa que vos escreve - ou seria melhor dizer - auto-escreve?)
Mas enfim, apesar de tudo, posso concluir que não sou totalmente uma mulher de meu tempo então, pois acabo por valorizar certas relações e comportamentos que estão deixando de existir - e não estou falando de relações amorosas, antes que isso possa parecer algum tipo de amargura.
De que tempo pertenceria então? Existiria um tempo único ou estaríamos vivendo uma sobreposição de relações de tempo/espaço que está mexendo com o comportamento humano de certa forma a modificar todas as nossas relações.
Acho que cheguei ao ponto.

Apesar de ter começado a escrever pensando sobre como todas as relações andam mais leves e descompromissadas (again, relações em geral) e de como uma palavra vale quase nada atualmente, acabo por perceber durante esse próprio exercício de escrita, que talvez isso seja uma consequência de nossa realidade veloz, das relações de pessoas em não-lugares, da multiplicidade de ações e da insaciedade em geral. Insaciedade por se tornar algo, por aprender, por visitar lugares, por conquistar pessoas ou reconhecimento e così via...

Bom, apesar de não esperar chegar a nenhuma conclusão sobre o assunto, escrever me faz começar a entender e aceitar melhor as coisas como elas são. Ou então encontrar meios de lutar contra isso.
Cabe a nós mesmos fazermos a coisa certa ( mesmo que o conceito de certo varie muito) e decidir se queremos nos tornar pessoas desse não-tempo ou se queremos valorizar nossas relações. Nossa palavra.

Beijos amigos
Mari

31.3.10

Leiam!

Oies

Bom, hoje o post é pra indicar dois blogs muito disitintos mas muito legais!
O primeiro é o PORRA, ARQUITETO dos meus queridos amigos e nobres colegas RCM e LFC =) Muitas críticas de arquitetura (se não for arquiteto, entre mesmo assim, tem algumas piadas universais) e muita ironia nerd/inteligente.

O segundo é da minha amiga do escritório que têm um ateliê coletivo na Vila Madalena e que faz umas cerâmicas lindas! Dêem uma olhadinha.. e visitem! PAR

Beeeejos

28.3.10

Freak Friday

Não sei se é possível, mas sabe quando as vezes você está querendo e/ou precisando de uma coisa acontecer e de repente ela acontece, parece mágica e por um segundo você se sente a pessoa mais realizada do mundo (mesmo que o desejo nem seja grandes coisas). Bom, essa sexta-feira foi realmente um dia muito diferente do normal... e por conta até do que eu precisava muito fazer.
Estou praticamente em jornada dupla de trabalho, com o escritório onde passo até dez horas do meu dia e um escritório Paralelo onde eu e amigos lutamos pra fazer projetos legais no começo da carreira, tentando aplicar um pouco de tudo que aprendemos e acreditamos nesse mercado complicado.
Então....mas nem é sobre isso que queria falar hoje.
O negócio da sexta-feira é relacionado aos projetos que faço com meus amigos e que não tinha conseguido fazer durante a semana. Tava super preocupada que não havia produzido e evoluído nada das propostas que havíamos discutido em reunião no sábado passado (reunião de sábado??  sim, você não está lendo errado, eu ando trabalhando quase todos os fins de semana)
Chegando no trabalho as 10am - pra fugir do horário de rush e da lotação à la piscinão de ramos dos transportes públicos, ando fazendo o famigerado horário alternativo dos paulistanos e saindo as 7pm (or later...)- comecei o dia normal no escritório e 15 minutos depois, eis que a energia elétrica cai em metade do bairro do Paraíso! O mais engraçado é que nem estava chovendo ou tendo raios e coisas do gênero. São Paulo anda cada vez mais estranha.
A energia oscilou entre ida e vindas e depois cessou de vez! Ficamos esperando com pensamentos positivos (mais da minha chefe do que meus, claro) que ela voltasse logo, afinal estamos super atrasados nos prazos dos projetos, e (...) NADA!
Fiquei arranjando coisas pra ler e fazer no escritório que não dependessem de luz (cheguei ao cúmulo de ir dar um jeito na cozinha, mesmo sabendo que a faxineira faz isso sempre haha), e me dei conta de como somos dependentes de eletricidade pra quase tudo! E pra piorar os telefones estavam meio bizarros.. Nossa! Muito ruim.
Bom, decidimos almoçar e fomos todas as arquitetas do escritório em um restaurante árabe que se tornou um achado! É bem conhecido por uma sobremesa que realmente é deliciosa e que aliás segue a linha de tudo que provamos. A dona, uma simpatia, até nos contou a história da família, a vinda da Líbia pro Brasil, o encontro dos pais e especificidades da culinária árabe. O papo entre nós também foi muito divertido como de costume (acho que essa é uma das razões de eu ter gostado tanto de trabalhar lá... o clima entre as pessoas é ótimo).
No fim, acabamos passeando pelo bairro, procurando uma nova sede pro escritório (eu, olhando possíveis apartamentos pra morar em Sampa =)), etc...
A luz nunca voltou e eu fui dispensada no meio da tarde. Cheguei em casa super cedo, às 5! Consegui fazer tudo que precisava pra próxima reunião do projeto e fui dormir cansada e feliz.
Foi realmente um dia que acabou bem melhor do que parecia que seria quando começou normalmente dentro de um trem da CPTM às quase 9 da manhã...

baci
Mari

24.3.10

The hour, irrevocable

For having lived in Westminster - how many years now? over twenty, - one feels even in the midst of the traffic, or walking at night, Clarissa was positive, a particular hush, or solemnity; an indescribable pause; a suspense (but that might be her heart, affected, they said, by influenza) before Big Bang strikes. There! Out it boomed. First a warning, musical, then the hour, irrevocable. The leaden circles dissolved in the air. Such fools we are, she thought, crossing Victoria Street. For Heaven only knows why one loves it so, how one sees it so, making it up, building it round one, tumbling it, creating it every afresh; but the veriest frumps, the most dejected of miseries sitting on door-steps (drink their downfall) do the same; can't be dealt with, she felt positive, by Acts of Parliament for that very reason: they love life. In people's eyes, in the swing, tramp, and trudge, in the bellow and the uproar; the carriages, motor cars, omnibuses, vans, sandwich men shuffling and swinging; brass bands; barrel organs; in the triumph and the jingle and the strange high singing of some aeroplane overhead was what she loved; life; London; this moment of June.

WOOLF, Virginia. Mrs Dalloway. Great Britain. Penguin:1996.p.6.

for me: life, são paulo and this moment of march.
m

23.3.10

A dualidade das coisas

Ao mesmo tempo que gosto de escrever aqui, tenho tido uma dificuldade crescente pra arrumar tempo e poder pensar em coisas que gostaria de dividir com os outros. Saber que pessoas vão ler isso me traz uma certa alegria por ser mais uma forma de me manter em contato com pessoas queridas que estão tão longe e que raramente vejo no dia-a-dia.
Apesar disso, às vezes sinto saudades de quando esse blog me servia apenas de momento desabafo e me ajudava a lidar com a solidão, saudades do Brasil, da família, amigos, amor, etc etc etc.
Atualmente me pego no meio do dia pensando em coisas legais - como sempre o fiz, já imaginando a possibilidade de escrever sobre isso -  e quando acontece algo que renderia um bom post (se eu pudesse me expressar) então começo a cogitar como tal coisa poderia soar, ou em como talvez alguém pensasse que o post fosse uma indireta... Enfim, acabo esbarrando nessas coisas e muitas vezes os rascunhos de posts sinceros se acumulam sem serem publicados.
Talvez seja assim mesmo, e algumas das coisas que escrevo devessem ficar guardadas só pra mim. Será que assim pelo menos posso enganar pelo menos por mais do que 30 minutos as pessoas da minha encanação e carência (né Ike??? - isso foi uma direta! talvez a primeira com nome haha)
Bom, por hoje é só e espero voltar a ativa escrevendo coisas melhores.

Bjus
mari

9.3.10

Juro que esqueci de tudo que passou.
Prometo que nunca mais pensei no seu sorriso mais alto do lado direito.
Claro que não sonho com você.
Obviamente nem me lembro do jeito que você andava e nem vejo você nas pessoas pela rua.
Não sinto nenhuma saudade do seu sotaque e de todas as palavras que eram muito suas.
Nem me importo com tudo que você me ensinou e nem leio artigos de computação por sua causa.
Não ligo se faz frio, chove ou faz sol no seu país.
Muito menos se você já gosta de alguém de novo.
Não ouço suas músicas.
Não falo de você nem olho suas fotos.
Juro. Verdade.

5.3.10

We're shocking but we're nothing. We're just moments.

As coisas que se aprende no dia-a-dia na metrópole paulista:

- Cada dia é um dia diferente. Um mísero atraso de 5 minutos pode influenciar a dinâmica de todo o seu dia.
Você pode pegar um trem/metrô lotado, não encontrar pessoas pra conversar, pegar aquela chuva torrencial que começa no segundo que você sai do subsolo.
O incrível é sair de casa sem saber o que se pode esperar! Mesmo fazendo as mesmas coisas dois dias seguidos, os resultados serão completamente diferentes.

- As pessoas estão lendo mais. Mesmo que sejam livros de auto-ajuda (argh!) e baboseiras como "O monge e o empresário", a idiotice pré-adolescente da trilogia do "Crepúsculo", livros meia-boca como "A Cabana" ou as quase idênticas tramas de Dan Brown, fico feliz que pelo menos talvez as pessoas comecem a falar e escrever um pouco melhor.

- Gentileza gera gentileza. Ser simpático, educado e prestativo fazem toda a diferença. Pra você pode ser uma pequena ajuda àquela velhinha que não sabe chegar na Av. Paulista de metrô, ou mesmo pedir licença e agradecer ao comprar o seu bilhete ou dar o lugar pra alguém mais velho, mas acredito que pra essas pessoas que receberam gentilezas, o dia ficará um pouquinho (mesmo que seja irrisoriamente) melhor.

- Andar sorrindo atrai a atenção das pessoas. Não importa qual seja o motivo. Além do mais todo mundo fica mais lindo com um sorrisão no rosto.

- Aprenda a rir de situações adversas. Ria do torção no pé BEM na frente de alguém e da cara de sem graça tentando se ajeitar na rua, do guarda-chuva que despenca no meio do temporal e das pessoas olhando pra sua cara tentando domar a criatura MadeinChina que não vale os 10 reais roubados de você na hora do aperto por estar sem guarda-chuva na cidade das quatro-estações-do ano-em-um-dia.

- Use óculos escuros de manhã. Chova ou faça sol, dentro ou fora de lugares. Esse acessório perdeu sua função de proteger os olhos do sol e passou a esconder olheiras, olhos inchados e vermelhos do cansaço matinal.

Isso entre tantas outras coisas....
Living and learning!


Besos
Marecita

28.2.10

Too big too late

Já estava quase desistindo de postar sobre o carnaval  (um dos melhores que já passei) na Juréia, mas o sentimento e as imagens que guardarei na mente pra toda a vida merecem um esforço de memória pra recuperar toda a inspiração que essa viagem me trouxe.
Acho que nunca consegui conversar sobre tudo tão facilmente com pessoas que tinha acabado de conhecer. É incrível como pessoas pré-dipostas a ver as coisas de um modo bonito e a ajudar os outros tendem a serem mais abertas e carinhosas.
Me senti totalmente a vontade com as pessoas que tinha acabado de conhecer e com meus amigos de muitos anos de faculdade que puder me reaproximar.
Foi bem um marco de passagem de tempo e de superação de coisas e sentimentos (bons e ruins).

Essa época do ano me fez relembrar dos dois últimos carnavais e de viagens desse mesmo tipo... camping, gente boa demais e amores. Foi inevitável a comparação com a viagem à Santa Tereza e aquele céu que nunca esquecerei (que me deslumbrou e me fez sentir o mais puro dos sentimentos que tive por alguém).

Mas muitas outras coisas me deslumbraram também. A simplicidade encantadora dos caiçaras, a abertura de suas casa e vidas pra uns branquelos e desajeitados acampantes. Ver o valor da família e das tradições, das lutas pelo direito de ficar no lugar onde se nasceu e se viveu por cerca de quatro séculos. A pureza de uma caiçarinha que amei e que grudou em mim (quero minha filha igual a ela! era muito lindinha!!)...

Ah, só sei que o contato com a natureza linda e pessoas maravilhosas provocou um sentimento ótimo em mim. Cheguei no escritório com um sorriso de orelha a orelha em plena quinta pós-carnaval, uma energia ótima. Queria poder estender esse sentimento por muito tempo (apesar de ser difícil manter a vibe na correria do dia-a-dia)

Um beijo aos que conheci e aos que re-conheci.
Mari

10.2.10

Trio Carnavalesco 2010

Meu, quase me mato de rir no meio do trabalho quando vejo meu  email essa manhã.
Me parece que esse será uma pequena parte de um grupo carnavalesco na Juréia... Descrições do poeta mal compreendido ( e não investido) Rubens - Rubeola para os íntimos.

Adorei tanto que pedi pra postar aqui! hahaha
 
Mariana é uma arquiteta que vive no alto da Serra do Mar e que um dia rumou para terras Italianas em busca das origens do Carnaval. Sua busca pelas origens durou dois anos e sem nada conseguir a não ser um carnavalzinho boco moco em Veneza voltou para as terras brasileiras.
Agora busca entrar no amago da mata atlântica pois lá, acredita ela, vai encontrar o verdadeiro espirito do carnaval!!!
 
Leila é também arquiteta e vive no que já foi o leito de um rio. Sempre se questionando sobre a influência das canções islâmicas nas origens das marchinhas carnavalescas (desde a invasão da peninsula até a colonização portuguesa) e por fim a influência desta segunda no Rock n Roll desde os anos 70 - vide que Janis Joplin pulou muito carnaval no Rio - agora busca tirar essa prova testando o som do tucano-do-bico-verde com a base do tucano-do-bico-preto.
 
Eu sou o Rubens. Rapaz que depois de tentativas frustradas de ser o Rei Momo do Carnaval da cidade das Andorinhas mudou-se para a Capital em busca de novas oportunidades. Deixando de lado a velha busca pelo reinado associou-se com mais alguns colegas para montar o Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos do Cata Cavaco, entidade que ainda não saiu do papel pela falta de um mascote e uma insigna. E é exatamente isso que estou a procura na Juréia.
 
Bom Carnaval pra todos!!
Bjocas com confetes
Mari

7.2.10

Ao mestre com carinho


Aconteceram tantas coisas essa semana que eu poderia escrever diversos posts que poderiam ser condensados em um único... Não sei se conseguirei fazê-lo de uma forma que não fique cansativa ou confusa.

Na verdade agora quero só postar o discurso que fiz pro professor que mais me marcou nos 6 anos de Unicamp na minha colaçao de grau que aconteceu esse sábado.

Juro que depois eu falarei sobre outros episódios engraçados, empolgantes e cansativos dessa minha nova fase paulistana que espero que se prolongue por muito tempo!


É com muito orgulho que hoje venho apresentar o professor homenageado da turma de formandos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unicamp de 2009.

Não me estenderei muito porque acho que mais interessante do que vocês me ouvirem falar sobre ele, seria ouvirmos ele mesmo discursar brilhantemente.

Esse professor foi ao mesmo tempo um marco e um ponto de transição para muitos alunos da Unicamp, sejam eles estudantes de Arquitetura ou não. Conheci futuros físicos se apaixonarem pelo Design ou arquitetos se encantarem por tipografia, além de todos nós, seus alunos levarmos em consideração seus métodos de apresentação e de organização visual de nossos trabalhos e ligar o design à arquitetura.

A razão pela qual ele foi escolhido por essa turma e por tantas outras é pura e simplesmente porque ele nos mostrou que é possível ser feliz e realizado trabalhando em algo que você ame e sem passar por cima de seus princípios pra sobreviver ou ser reconhecido.

Lembro-me de algumas das aulas que tivemos, nas quais nos sentávamos todos a sua volta no intervalo ou ao seu fim, e muito confusos que caminho seguir, sem muito ainda ter certeza do que seria de nosso futuro profissional, cheios de dúvidas e questionamentos, ele nos falava de um modo que sentíamos que tudo daria certo se seguíssemos nossos ideais.

Em algum momento já fomos principiantes no estudo de Arquitetura, mas nesse momento em que deixamos de ter as certezas de uma vida acadêmica, a qual já estávamos habituados e confortáveis, e nos tornamos profissionais com apenas alguma experiência e visão de trabalho, talvez devêssemos enxergar a importância de nos tornarmos principiantes de novo, só que dessa vez na vida real. Uma chance pra recomeçar. Uma experiência que podemos tornar maravilhosa.

E é por ter nos mostrado isso que homenageamos hoje o professor que nos ensinou a buscar de sentido em nossas existências, porque sem sentido, não valia a pena , o nosso querido professor Claudio Portugal....


1.2.10

Sometimes good things happen

Olha, vou escrever quando tiver mais inspirada, mas só queria dizer que o fim de semana foi tão legal que nem sei falar direito! Boas energias totalis!
Não queria perder a empolgação do momento, mas o post vai ficar pra depois (talvez! hehe)
Fim de semana tem o churras dos (finalmente) formandos 02!!!!  êhhh delícia de povo bom!

(ps.: tentei um layout novo nesse blog , mas não tô curtindo muito, viu.... queria poder deixar isso aqui com uma carinha mais bunitinha, mas não tá rolando!)

26.1.10

Os delírios de consumo de M.G.

Bom, essa é a história do dia!
Big day needs great clothes! Domingo fiz uma festa consumista: vendi minha alma e comprei 2 sandálias da Arezzo (wow!) e umas roupitchas lindas.
Enfim hj precisei usá-las e escolhi um look à la Audrey Hepburn que ficou muito clássico e elegante! Manja aquelas golas que deixam os ombros semi-aparecendo, calça justinha e sandália com um salto annabela baixinho?
Estava eu, assim, muito bonitinha e arrumadinha, andando por uma manhã paulistana em plena av. Angélica em Higienópolis. Óculos escuros de Sophia Loren.
Acho que o look ficou tão Jackie Kennedy que percebi uns olhares de uns vovozinhos na rua.... hahaha. Mas enfim, estava me sentindo super bem desse jeito.
Acordei com bons pensamentos e ouvindo boa música all the way to St. Paul on the subway.

Bom, toda maravilha tem um contraponto (nada pode ser tão perfeito assim, mesmo porque esse pequeno conto mal-escrito não teria a menor graça ou sentido).
Minhas maravilhosas aquisições começaram a incomodar um pouquinho.. assim, logo que desci do metrô. Daí, como decidi explorar o bairro, fui até onde tinha que ir a pé mesmo.. Umas quatro quadras.. pouquinho né!?!
A resposta é sim, se vc está no Google Maps! hahaha Tente fazer o percurso elegante e maravilhosamente desfilando com cerca de 20 agulhas espetando seus pés. Essa era a sensação! Juro!
Lembrei na hora da história de uma amiga sobre rasteirinhas da Zara e nunca entendi tão profundamente o drama de alguém como hoje ( né, Belinha?). Posso dizer literalmente que senti na pele!

Bom, como toda mulher que se preze, engoli a dor e fui direto numa farmácia embandeidar meus  calcanhares e afins. Band-aids transparentes, óbvio! Tudo pelo look! haha
No fim deu tudo certo, mas cheguei em casa com os pés arrasados, com várias bolhas e doloridos pra caramba.
Ainda assim olho minhas sandálias e não consigo odiá-las! Elas são tão lindas que compensa.. Ah! meus pés que se adaptem às coisas bonitas né!?

Well, wish me luck =)

Besitos da fútil

mari

25.1.10

Conspiracy Theory

Sabe quando o Universo conspira a favor ( ou contra) certas coisas? Acredito muito nesse tipo de coisa.
No momento parece que as coisas não dão certo por uma má coincidência, tipo, vc perder um ônibus por 30 segundos, ou fecharem o portão de uma prova na sua cara, fechar um sinal vermelho bem na sua vez... entre tantas outras coisas.
Sábado aconteceu exatemente isso. Tava em Campinas e fui com idéia de comprar um presente pra alguém. Perdi o moço da feirinha do Centro de Convivência por uns 10 minutos .. Na hora me veio esse sentimento da conspiração do Universo. Hoje mesmo descobri que Ele estava certo.
Seria ruim ter que olhar pra um presente não entregue.

Bom, que ele conspire pras coisas que realmente importam amanhã! Positivamente, i mean =)

fingers- crossed - mari

22.1.10

When The Pawn Hits The Conflicts He Thinks Like A King What He Knows Throws The Blows When He Goes To The Fight And He'll Win The Whole Thing Fore He Enters The Ring There's No Body To Batter When Your Mind is Your Might So When You Go Solo. You Hold Your Own Hand And Remember That Depth Is The Greatest Of Heights And If You Know Where You Stand. Then You'll Know Where To Land And If You Fall It Won't Matter, Cuz You Know That You're Righ

Fiona Apple
I´m glad that i (finally) met you.

M

19.1.10

All the small things

Hoje faz seis anos que minha avó morreu.
Meus pais mandaram rezar uma missa e fomos os três mais minhas duas tias. Caramba! Seis anos! Passaram muito rápido (e acho que essa é uma tendência, mas não é sobre isso que queria falar).
Percebi que fazia séculos que não ia a uma missa. Antes eu me forçava a ir pra deixar minha mãe feliz nas festas de fim de ano e datas santas, mas depois de um tempo ela mesma parou de insistir, porque acho que percebeu que não adianta ir a um lugar quando se tem tantas dúvidas em relação aquilo.
Admiro sua espiritualidade e até invejo um pouco a capacidade de se engajar tão profundamente em algo, como ela faz, mas acredito que ainda não encontrei algo que me tocasse desse mesmo modo.
Bom, já ia começando a me desviar do assunto novamente, mas o que aconteceu de muito legal foram apenas alguns minutinhos do meu dia e exatamente durante essa cerimônia.
O padre começou a explicar no sermão as leituras do dia do Velho Testamento e eu acabei viajando no que ele tava falando, pois realmente não tenho conhecimentos aprofundados da Biblia. Daí foi que eu tive uma bela ideia.
Se essa era a missa pra relembrar minha avó, então eu ia pensar nela nesses minutos e tentar lembrar das  coisas que marcaram meu relacionamento com ela. Fechei os olhos ali e as imagens da minha infância começaram a surgir em uma cascata de pensamentos.
É engraçado como pequenas coisas marcam demais. A mim pelo menos, visto que tenho uma tendência enorme de esquecer grandes fatos e lembrar de uma frase que alguém me disse uma única vez.
Lembrei de como eu gostava de sentir a textura das unhas da mão dela, ou de como ela me mostrava os livros de escola do meu pai quando criança e lia a cartilha com histórias inocentes de outra época ( acho que devido a essas leituras que minha alfabetização e leitura se desenvolveram tão cedo).
Lembrei da única vez que consegui dormir fora de casa quando bem pequena porque ela me contava história de borboletas ( e de todas as vezes anteriores que tentei dormir lá e tinha medo e pedia pro meu pai ir me buscar), do barulho da rua Ada Mortari e seus quatrocentos cachorros que latiam quando anoitecia.
Lembrei dos seus chinelos pretos de couro com duas tiras cruzadas que não machucavam seus dedos tortos (quase como os meus) e que depois a fizeram escorregar e quebrar a perna (e quase matou todo mundo de preocupação!).
Lembrei do quintal com galinhas que alimentávamos, da cozinha com piso de placas de concreto, dos inúmeros cafés da tarde molhando o pãozinho no leite que aprendi a amar. 
Foram tantas coisas que passaram pela minha cabeça nesses segundos que pude até sentir o cheiro da casa e ver seu olhar de orgulho quando me chamava de bonequinha.
Na real me deu uma puta saudade. Chorei um pouquinho e disfarcei depois que percebi que o padre tinha parado de falar e tínhamos que seguir com o ritual todo.
A missa em si pra mim valeu pelas lembranças que tive de minha avó Luiza. Um nome que adoro e que poderia dar a minha filha, mas que ela odiava (nunca entendi bem porque, afinal é um nome muito lindo).
Esse post é dedicado a ela.
Um grande beijo vó. Acho que era muito pequena pra dizer e entender isso, mas te amo muito.
da sua neta,
Mari

8.1.10

Slow down, idiot, slow down

Acabei de ler esse artigo. Parece que tirou os pensamentos da minha cabeça.
Eram coisas que eu já estava percebendo e só foram melhor escritas (obviamente) e referenciadas. Fiquei até feliz porque tinha como referência um livro que li ano passado, quando dos questionamentos do meu tfg - Modernidade Líquida de Zygmunt Bauman.
Já aviso que o texto é longo e pra mim foi quase que um teste pra ver se eu apresentava os sintomas descritos no artigo; e sim, já tenho alguns!
Nossa, agora percebo que o melhor a fazer é ter atenção nas coisas que escolho fazer, sem erradicar meu tempo ocioso (que às vezes me é até cheio de culpa), e aos poucos acabar com essa ansiedade de informações, conhecimentos e realizações.
Tudo a seu tempo.

Enjoy it!
E se tiver alguém por aí lendo isso, me digam se não estou sozinha nesse fast food informacional.

Era da Imoderação.(...)Ronaldo Bressane. Revista da Cultura. jan 2010.

Beijocas
M


6.1.10

Worth seeing

Para aqueles que como eu estão passando por um momento de transição.
Stay hungry. Stay foolish



Can´t get enough of this video.
Bites

Mari