3.4.10

Lighter and lighter

Vivemos em uma sociedade de banalização generalizada. Acredito que esse já nem seja um fenômeno isolado mas que tenha abrangido as relações de trabalho e relacionamentos em geral, infelizmente.
A palavra vem perdendo cada vez mais seu significado e importância seja ela falada ou escrita. Um compromisso deixa de ser um compromisso, uma certeza gera várias dúvidas.
Às vezes até mesmo as demonstrações de afeto e carinho me parecem um pouco gratuitas e com baixo teor de sinceridade.O que vem acontecendo?
Pode ser uma tendência mundial, e acredito que seja mesmo, mas por mais que eu mesma possa fazer parte de toda essa banalização (coisa que evito e luto contra frenquentemente), não consigo deixar de me sentir um pouco triste com relação a isso.
(Aqui entra a famosa dualidade desse pessoa que vos escreve - ou seria melhor dizer - auto-escreve?)
Mas enfim, apesar de tudo, posso concluir que não sou totalmente uma mulher de meu tempo então, pois acabo por valorizar certas relações e comportamentos que estão deixando de existir - e não estou falando de relações amorosas, antes que isso possa parecer algum tipo de amargura.
De que tempo pertenceria então? Existiria um tempo único ou estaríamos vivendo uma sobreposição de relações de tempo/espaço que está mexendo com o comportamento humano de certa forma a modificar todas as nossas relações.
Acho que cheguei ao ponto.

Apesar de ter começado a escrever pensando sobre como todas as relações andam mais leves e descompromissadas (again, relações em geral) e de como uma palavra vale quase nada atualmente, acabo por perceber durante esse próprio exercício de escrita, que talvez isso seja uma consequência de nossa realidade veloz, das relações de pessoas em não-lugares, da multiplicidade de ações e da insaciedade em geral. Insaciedade por se tornar algo, por aprender, por visitar lugares, por conquistar pessoas ou reconhecimento e così via...

Bom, apesar de não esperar chegar a nenhuma conclusão sobre o assunto, escrever me faz começar a entender e aceitar melhor as coisas como elas são. Ou então encontrar meios de lutar contra isso.
Cabe a nós mesmos fazermos a coisa certa ( mesmo que o conceito de certo varie muito) e decidir se queremos nos tornar pessoas desse não-tempo ou se queremos valorizar nossas relações. Nossa palavra.

Beijos amigos
Mari

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